Congresso busca garantir mais direitos para pessoas com diabetes tipo 1
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Brasília (DF) - O Congresso Nacional trabalha para garantir, ainda neste ano, novos direitos a pessoas com diabetes mellitus tipo 1 (DM1). A mobilização ocorre após o veto integral a um projeto de lei (PL 2.687/2022) aprovado pelo Legislativo que classificava a doença como deficiência para todos os efeitos legais.
O governo apontou inconstitucionalidades na proposta, de
autoria da deputada Flávia Morais (PDT-GO). No veto (VET 4/2025), o Executivo aponta a falta de estimativa de
impacto financeiro da medida e o descumprimento das regras sobre avaliação
biopsicossocial previstas no Estatuto da Pessoa com Deficiência.
Nova proposta em tramitação
Para contornar o veto e dar segurança jurídica ao tema, o
líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), apresentou o
PL 5.868/2025.
A proposta assegura direitos essenciais às pessoas com
diabetes tipo 1 e permite o reconhecimento da condição como deficiência quando
houver impedimentos de longo prazo, conforme a legislação vigente.
Pelo projeto, ficam garantidos, entre outros pontos:
· acesso a medicamentos, insulinas e tecnologias
como glicosímetros e bombas de infusão;
·
direito ao uso desses insumos em escolas e no
trabalho;
·
pausas para monitoramento da glicemia e
aplicação de insulina;
·
adaptações escolares e profissionais;
·
cardápios adequados e horários flexíveis de
alimentação;
·
apoio psicológico;
·
proteção contra discriminação.
O texto ainda prevê que informações de saúde poderão constar
na Carteira de Identidade Nacional, para garantir atendimento rápido em
emergências.
Inclusão na pauta
Durante sessão do Congresso Nacional na última quinta-feira
(4), o deputado Joaquim Passarinho (PL-PA) cobrou celeridade e defendeu a
derrubada do veto.
“Enquanto não se vota, não há lei, não há proteção, e nós
precisamos dar proteção para as famílias dessas pessoas; são 600 mil
brasileiros nessa condição. Quem tem diabetes sabe do que eu estou falando”, alertou.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, respondeu com o
compromisso de pautar o novo projeto.
“Estamos organizando a pauta para que possamos votar o
projeto já na próxima semana no Senado e enviá-lo imediatamente para a Câmara”,
declarou.
Acordo para
aprovação
Na mesma sessão, Randolfe destacou que o texto foi
construído em conjunto com o Executivo.
“O governo tem sensibilidade com o projeto e quer garantir
os direitos, sobretudo daqueles que têm diabetes tipo 1. O novo texto sana
todas as inconstitucionalidades e garante segurança jurídica”, ressaltou.
A expectativa é que o novo projeto de lei seja votado
na Comissão de Direitos Humanos (CDH) na próxima semana, após o prazo para
emendas. Em seguida, o texto será enviado para análise definitiva da Comissão
de Assuntos Sociais (CAS) e, depois, para a Câmara dos Deputados.
Segundo o líder do governo, uma vez aprovado nas duas Casas,
há compromisso de sanção presidencial.
Crianças e
adolescentes
O diabetes mellitus tipo 1 é uma doença crônica não
transmissível e hereditária, em que as células do pâncreas responsáveis pela
produção e secreção de insulina são destruídas. Isso causa deficiência na
secreção do hormônio no organismo.
O pico de incidência da doença ocorre em crianças e
adolescentes, que sofrem impactos significativos na saúde e na rotina
diária. Com foco nesse público, o Senado avalia um projeto de lei que
garante aos menores de 18 anos atenção integral e prioridade no Sistema Único
de Saúde (SUS).
O PL 600/2025, da senadora Mara Gabrilli (PSD-SP),
insere essa diretriz na Política Nacional de Prevenção do Diabetes e de
Assistência Integral à Pessoa Diabética (Lei 13.895, de 2019). O objetivo é promover o acesso a
tecnologias de diagnóstico e tratamento no âmbito do SUS, além da integração
entre os serviços de saúde e as escolas e a capacitação de profissionais da
área educacional.
Segundo Mara Gabrilli, atualmente a política nacional não contempla especificidades
da diabetes do tipo 1, que impõe desafios adicionais de natureza clínica,
educacional e social.
"O tratamento dessa doença implica rotinas diárias
complexas, como múltiplas aplicações de insulina e medições frequentes da
glicemia, que impactam diretamente a rotina escolar e familiar, demandando
um apoio diferenciado ao paciente", argumenta a autora na
justificativa do projeto.
Aprovado na CDH nesta semana, o texto seguiu para a
Comissão de Assuntos Sociais (CAS).
Com informações da Agência Senado
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